Portal da União de Freguesias de Alcoutim e Pereiro

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Os testemunhos mais antigos da freguesia de Alcoutim remontam ao Neolítico Final. Situado entre as povoações das Cortes Pereiras e Afonso Vicente, o Conjunto Megalítico do Lavajo (3500 a.C.) é constituído por um alinhamento de três menires e quatro estelas menires que distam entre si cerca de 250 metros. O local encontra-se devidamente musealizado e com sinalética indicadora. Os objetos ali encontrados poderão ser vistos no núcleo de arqueologia em Alcoutim.

A cerca de um quilómetro, em linha reta, deste local identificou-se um interessante monumento funerário – A Anta do Malhão. A anta está situada no topo da elevação mais proeminente de toda uma vasta região, junto da Estrada Municipal 507 e em frente da povoação de Afonso Vicente. O monumento encontrava-se inviolado, retratando uma situação raríssima, só excecionalmente verificada em Portugal.

A anta é constituída por uma câmara sub-poligonal e por um corredor curto, aparentemente inacabado. Aproveitando uma sepultura que nunca fora utilizada pelos seus construtores, durante o neolítico, a única tumulação existente, representada por dois vasos completos, depositados na câmara, e por um longo punhal de cobre, encontrado na zona do corredor, corresponde a um guerreiro do final da Idade do Cobre, (cerca de 2300 anos a.C.). Sob um dos vasos recolheu-se ainda uma ponta de seta, também de cobre, ali ritualmente colocada. O conjunto assim constituído é muito importante, por corresponder a um dos espólios funerários mais representativos dos conhecidos em Portugal.

Da presença Romana destacam-se dois locais: a Barragem Romana do Álamo e a VillaRomana do Montinho das Laranjeiras.

A Barragem Romana do Álamo: construída em opus incertum (através de cofragem, onde no interior era depositada uma espécie de “pasta” de areia pedras e argamassa), possui cerca de 40 metros de comprimento e seis contrafortes tendo actualmente a altura máxima de 3 metros (e que deve estar próxima da altura máxima inicial). 

Em 1877, quando foi descoberta, detetaram-se igualmente outros edifícios, com os quais poderá estar relacionada. Um deles, formado por vários compartimentos, com dois tanques contíguos, é considerado uma oficina, talvez uma tinturaria, a qual exigiria um consumo constante de água. O outro poderá ter sido um templo, dado terem-se encontrado, além das sepulturas escavadas nos pavimentos, restos de três estátuas. A barragem está classificada como Monumento de Interesse Público desde 1991.

Villa Romana do Montinho das Laranjeiras (séc. I a.C. a séc. XII/XIII):Classificado como Imóvel de Interesse Público (2004), tem uma ocupação desde o Período Romano até pelo menos o séc. XII ou XIII. A estação arqueológica apresenta ruínas de compartimentos romanos, uma igreja cruciforme visigótica, com influências orientais do séc. VI/VII, e parte de pelo menos duas casas rurais islâmicas, que poderão ter sido ocupadas até à reconquista cristã no século XIII.

Do Período Islâmico há ainda a destacar o Castelo Velho de Alcoutim (séc. VIII/XI).Esta estrutura defensiva islâmica, um dos poucos exemplares de fortificações habitacionais em Portugal, está situada num cabeço de posição dominante sobre o rio Guadiana, a cerca de 1,5 quilómetros para norte da vila de Alcoutim. Com ocupação desde os séculos VIII/IX (Período Emiral) até ao século XI (Período dos Reinos de Taifas) é constituída por dois recintos fortificados: Um superior - o alcácer, o outro, a meio da encosta - a alcáçova. O primeiro é composto por várias torres maciças adossadas à muralha e uma porta em cotovelo, de acesso ao interior. Aqui identificaram-se uma cisterna, ruas e alguns edifícios. O segundo com uma muralha exterior, também defendida por várias torres, protege um pequeno povoado de que restam algumas estruturas habitacionais, oficinas de trabalho e uma mesquita oratório Califal (século X).

O conjunto foi classificado como Monumento de Interesse Público em 1997. Concluída a fase preparatória em breve se irá proceder ao restauro e consolidação das estruturas, assim como à criação de um circuito de visita.

Alguns dos objetos que pertenceram ao quotidiano dos habitantes deste local, encontram-se expostos no Núcleo de Arqueologia, na vila de Alcoutim.

Dos Períodos Medieval Cristão e moderno encontramos na vila de Alcoutim, sede de concelho, muitos exemplos.

  • Vila de Alcoutim

No perímetro urbano de Alcoutim, apenas se detetaram escassos vestígios de uma ocupação na Idade do Ferro ou Período Republicano Romano. O núcleo urbano parece possuir um passado mais recente, com raízes nos finais da Idade Média (séc.XIII/XIV).

Elemento estruturador do núcleo urbano, o Castelo da vila, monumento classificado de Imóvel de Interesse Público desde 1993, alberga no seu interior o Núcleo de Arqueologia.

Castelo terá sido construído nos primórdios do século XIV, durante o reinado de D. Dinis, com a clara intenção de criar numa zona de fronteira uma “linha de detenção”, ou pelo menos de vigia. Edificado junto da importante linha de comunicação que era o Guadiana, a fortaleza de forma poligonal terá tido como principal função um controlo ou interdição de penetração no interior do reino, uma espécie de ferrolho. Foi como tal palco de muitas guerras e mesmo de tratados de paz, como o tratado de Paz de Alcoutim, ali celebrado em 31 de Março de 1371, entre D. Fernando de Portugal e D. Henrique de Castela, pondo fim à primeira Guerra Fernandina.

No início do século XVI (1509) o desenho de Duarte de Armas, em “Livro das Fortalezas”, representa o Castelo com uma altura de cerca de 10 metros e um perímetro entre os 200 e300 metros lineares, todo ameado e com habitações no seu interior. 

O seu papel ativo na defesa fronteiriça, provocou-lhe consideráveis danos, obrigando a sucessivas reconstruções. Uma delas, no reinado de D. Manuel I (1495-1521), foi responsável pela construção de edifícios adossados à muralha norte, cujas ruínas podem ser observadas dentro da galeria - museu, de construção contemporânea. Por sua vez, o uso de armas de fogo, levou a um acrescento no século XVII, edificando uma plataforma, virada a Sanlúcar (Espanha) para aí se instalar a artilharia.

Já no século XVII, Alcoutim torna-se uma das fortalezas no palco das Guerras da Restauração, mantendo-se como um dos baluartes na defesa da fronteira. Teve ainda um papel ativo nas lutas liberais do século XIX.

A partir de 1878, o recinto amuralhado funcionou, durante décadas, como açougue, palavra de origem árabe para designar mercado de carnes e não só.

A fortaleza possui duas portas, uma de entrada, a norte, e outra a nascente, ambas de configuração ogival. A poucos metros da entrada encontra-se o paiol da pólvora, com abóbada de berço. O material usado na construção é o xisto local, fixado com cal e areia, sendo os muros das construções mais antigas apenas de terra e xisto. Nem toda a parte superior dos muros apresenta ameias e o adarve mantém-se, com algumas interrupções.

O que hoje se pode visitar é resultado das várias reconstruções, do restauro na década de quarenta do século XX e do projeto de recuperação e valorização em 1992/93, levado a cabo pela Câmara Municipal de Alcoutim.

No interior do Castelo, na galeria inaugurada em 1994, instalou-se em 2000 o Núcleo de Arqueologia. Este alberga uma exposição distribuída por 195 metros quadrados, nos quais estão incluídas as ruínas arqueológicas, que testemunham as várias fases que compõem a história do castelo.

O Núcleo apresenta um percurso histórico com mais de 5.000 anos, através de locais e objetos descobertos no território que constitui atualmente o concelho de Alcoutim.

Estações arqueológicas do Neolítico, do Romano, do Período Islâmico e do Período Pós-Reconquista Cristã, para as quais existem projetos de valorização (algumas já se encontram em fase de musealização), são aqui apresentadas como o ponto de partida para um roteiro histórico-arqueológico em preparação.

A Alfândega, edifício que se criou no último quartel do século XV (1475) e que terá encerrado nos inícios do século XVI (1520), terá depois sofrido alterações para aí instalar, já no século XVIII, a Casa do Juíz de Fora. Hoje, funciona nesse mesmo edifício a Repartição de Finanças.

Casa do Capitão-mor, do século XIX, terá sido construída na área assinalada pela cartografia do século XVIII, como pertencente à casa do Prior. Este edifício encontra-se atualmente afeto à autarquia.

Casa dos Condes, possível local de habitação dos Senhores de Alcoutim, Marqueses de Vila Real e Condes de Alcoutim. Esta família nobre terá recebido este privilégio régio desde pelo menos 1497, tendo exercido esse direito até 1654, momento em que todos os seus bens terão revertido a favor da Casa do Infantado pertencente a D. Pedro, futuro D. Pedro II. Desde 1998 que este espaço funciona como Casa da Cultura, com biblioteca, videoteca, Internet e sala de exposições temporárias.

Contactos gerais

  • Email ufap.geral@gmail.com
  • Telefone 281 546 437 (Alcoutim) / 281 547 234 (Pereiro)
  • Morada Alcoutim
    Rua do Caminho Velho, Edifício da Antiga Escola Primária
    8970-065 Alcoutim
    Pereiro
    EN 124, Edifício da Junta
    8970-307 Pereiro