Pereiro
Nesta freguesia interior encontraram-se recentemente os vestígios mais antigos da presença humana no concelho. Um conjunto de artefatos de pedra lascada, possivelmente de um acampamento de caçadores pré-históricos, do paleolítico médio (120.000 - 28.000 anos a.C.), foi detetado perto das localidades de Alcaria Cova de Cima e Alcaria Cova de Baixo.
Em períodos posteriores há uma continuidade de vestígios arqueológicos que se prolongam pelo Neolítico até à contemporaneidade, com a exploração mineira do século XIX.
A aldeia desenvolveu-se mais acentuadamente a partir do século XVI. Em 1534 tinha oitenta fogos e duzentos e setenta moradores.
À semelhança do que aconteceu nas restantes freguesias, também aqui o século XVIII foi uma época de prosperidade, tendo as diversas confrarias renovado os seus retábulos, de acordo com os padrões artísticos então vigentes.
Foi sempre uma região pouco povoada, sendo no século XIX couto para pessoas endividadas, bastando assinar termo na Câmara de Alcoutim. Os seus moradores estavam isentos do serviço militar, no entanto eram obrigados a defender os pontos militares do Guadiana fronteiriços à freguesia em caso de guerra com os Castelhanos.
Como curiosidade refere-se que a primeira estrada alcatroada da região foi feita em 1877, ligação com a aldeia de Alcoutim.
Continua a ser a localidade menos populosa do concelho, acentuando-se o despovoamento a partir de 1950.
Na sede de freguesia realiza-se todos os anos no dia de S. Marcos (25 de Abril), uma feira anual cuja origem secular se perde no tempo. Já no século XIX ela era referida como importante e concorrido lugar de trocas comerciais. Produtos agrícolas locais e gado conferiam-lhe e conferem uma vasta clientela.